Policiais detidos em Ilhéus por adesão à greve da PM não se alimentam há mais de 24 horas
Cinco
soldados detidos no 2° Batalhão de Ilhéus, sul da Bahia, por adesão à
paralisação na Polícia Militar no mês de janeiro, iniciaram há 24 horas
greve de fome para pressionar o julgamento do habeas corpus solicitado
pela defesa à Auditoria Militar do Tribunal, em Salvador. A informação
foi repassada pela família e confirmada pelo comandante do Batalhão, o
coronel Marcelo Luiz Brandão Teixeira. Ex-policial David Salomão, acusado de incitar vandalismo durante a greve, é libertado:
De acordo com o
coronel, eles aceitaram o café-da-manhã, servido às 7h de quarta-feira
(14), e passaram a recusar todas as demais refeições. “Eles alegam
demora no julgamento de seus pedidos de habeas corpus e estão sabendo da
soltura de alguns policiais. Acho que querem pressionar a Justiça”,
afirma. Ele acrescenta que as refeições serão servidas normalmente.
As
esposas dos soldados estão reunidas desde as 9h desta manhã na entrada
do Batalhão em apoio à greve de fome. “Nós apoiamos. Queremos logo o
alvará de soltura. Eles estão presos há mais de 30 dias, Isso já caiu na
ilegalidade, ultrapassou o limite da prisão preventiva. Hoje tem visita
às 16h e vamos saber se eles estão bem física e psicologicamente”,
afirma a funcionária pública Maziane de Oliveira, 30 anos, uma das
esposas.
Para o advogado
dos soldados, Valdimiro Otínio, a demora na apreciação do pedido não é
comum. Segundo ele, a legislação militar prevê 30 dias de prisão
preventiva, período vencido há dois dias. “Entrei com apenas um pedido
para seis policiais. Um deles foi libertado na sexta-feira [9], é o
único residente em Itabuna, apesar de atuar em Ilhéus. Os cinco ainda
presos são naturais de Ilhéus. O juiz apreciou um e esqueceu dos outros,
o que é estranho”, avalia.
O Tribunal de
Justiça da Bahia (TJ-BA), através da assessoria de imprensa, informa que
a lei não prevê prazo para prisão preventiva, de acordo com o novo
Código de Processo Penal, e que todos os cinco casos estão sendo
analisados pelo juiz Paulo Roberto Santos de Oliveira, da Auditoria da
Justiça Militar da Bahia.
Liberdade de David Salomão
O advogado e
ex-policial militar David Salomão que foi preso por participação na
greve da Polícia Militar da Bahia e alvo de escutas telefônicas com
autorização da Justiça foi solto na noite de terça-feira (13), em
Salvador. Ele estava detido na sede da Polinter para onde foi
transferido após prisão em Vitória da Conquista, na região sudoeste do
estado.
Segundo o
advogado do ex-policial, Peterson Frade, a soltura ocorreu por volta das
18h após revogação de prisão expedida pela 2ª Vara Crime de Salvador. O
Tribunal de Justiça da Bahia informou que juíza Andréa Paula de
Miranda, titular da Vara, assinou o documento.
Em telefonemas
gravados com autorização da Justiça, David Salomão combinou atos de
vandalismo com Marco Prisco durante a greve da polícia militar,
que durou 12 dias na Bahia e terminou no dia 31 de janeiro. Depois da
exibição das gravações, ele disse que não cometeu crime. O advogado de
Salomão afirma que o cliente não liderou a greve no estado. Ele esteve
preso durante um mês e dois dias.
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