segunda-feira, 30 de julho de 2012


Jefferson inventou mensalão, diz defesa de José Dirceu

Criminalista mira ex-deputado para argumentar no Supremo
     A defesa de José Dirceu de Oliveira e Silva, personagem central do mensalão, vai sustentar na tribuna do STF (Supremo Tribunal Federal) que "a história foi montada por Roberto Jefferson" e que o esquema de compra de apoio parlamentar "não existiu". A apenas três dias do início do julgamento, José Luís Oliveira Lima, criminalista, defensor do ex-ministro, mira Roberto Jefferson, ex-deputado do PTB, autor da denúncia que levou à cassação de Dirceu. 

     A Procuradoria-Geral da República classifica o ex-chefe da Casa Civil no governo Lula de principal articulador da engrenagem do mensalão, "sofisticada organização criminosa". Oliveira Lima não perde a serenidade quando indagado sobre o desafio que o espera. As próximas horas ele passará debruçado, como já o fez no fim de semana, sobre os autos da ação penal 470. Aqui e ali, rastreia atalhos para fustigar a denúncia do Ministério Público Federal, que formalmente atribui a Dirceu formação de quadrilha e corrupção ativa. 

— Foram mais de 500 depoimentos, nenhuma testemunha confirma as acusações levantadas por Roberto Jefferson. Ex-ministro
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Em alegações finais, Oliveira Lima rechaçou o libelo da procuradoria contra seu cliente.

— Derrubando cada um dos indícios brandidos pela denúncia, a prova judicial assegurou que José Dirceu se dedicava exclusivamente ao governo, não comandava os atos dos dirigentes do PT, não tinha controle nem ciência das atividades de Delúbio Soares, não decidia nomeações e não mantinha vínculo com Marcos Valério.

Neste documento, da página 113 e até a 144, um capítulo só para golpear Jefferson.

— As contradições e as inconsistências nas manifestações de Roberto Jefferson sobre a imaginada compra de votos são incontáveis e se agravam ainda mais quando se referem à suposta participação de José Dirceu. Provou-se nesta ação penal que Roberto Jefferson estava acuado e no foco de investigações no exato momento em que formulou a acusação de compra de votos.

Na sexta-feira (3), os ministros do Supremo vão ouvir o criminalista em sua manifestação na Corte. A ele caberá a primeira da longa série de sustentações orais. Dele e de seus argumentos depende o destino de José Dirceu.

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